quinta-feira, 17 de março de 2016

domingo, 21 de fevereiro de 2016

Quase de volta...


Ora, o nosso mesmo Deus e Pai, e Jesus, nosso Senhor, dirijam-nos o caminho até vós, e o Senhor vos faça crescer e aumentar no amor uns para com os outros e para com todos, como também nós para convosco, a fim de que seja o vosso coração confirmado em santidade, isento de culpa, na presença de nosso Deus e Pai, na vinda de nosso Senhor Jesus, com todos os seus santos. (ITessalonicenses 3.11-13)

Pela graça de Cristo, completaremos nessa semana três meses no Brasil. Falta apenas um mês até nossa volta ao campo no Japão. Estamos com muitas saudades e ansiosos para pormos em prática aquilo que esboçamos no papel, em nosso projeto. Estivemos com boa parte de nossa família, ainda esperamos encontrar parte que está espalhada por diversos cantos do estado e rever os que estão mais longe. Agora que o retorno se aproxima, e percebemos o quanto ainda falta de preparo de documentos e arranjos necessários para a nossa partida, vemos o quão pouco poderemos fazer de tudo que ainda queríamos realizar em nosso período aqui.
Daniel continua a maratona de visitas e contatos com igrejas. Precisamos levantar apoio financeiro para continuarmos o trabalho no Japão. Estamos profundamente impactados pelo fato do Brasil se encontrar em tamanha crise político-financeira. Temos orado para que Deus mostre o caminho àqueles que tem a autoridade e os meios para que toda a corrupção seja exposta e parada. Visitamos alguns estados do Brasil, vimos muito do que Deus tem feito e nos alegramos com a garra de pessoas que, em meio a esse mar de desesperança em que se encontra nosso país, não se renderam ao desespero, antes, buscam formas de superar e aguentar até que tudo passe. É claro que a crise brasileira nos afeta grandemente, mas maior é aquele que é dono de todas as coisas e faz tudo conforme a sua soberana vontade e para o nosso bem.
Estamos alegres porque Deus tem nos direcionado no caminho que devemos seguir, nossa igreja nos espera com alegria e ansiosa para caminharmos juntos. Até teremos outro cordeirinho em nosso meio em breve! Para nossa imensa gratidão, Deus levantou homens forte na fé e valorosos de espírito, que estão cuidando do rebanho enquanto o pastor está fora. Recebemos doação de bons livros do editor da editora Monergismo para levarmos ao Japão. Que alimento será para nossa igreja! Também tenho recebido mensagens de irmãs que tem levado a igreja no Japão para seus grupos de oração semanal. Que conforto! Ganhamos presentes, ofertas, abraços, mensagens, coisas que aquecem nosso coração.
Temos desafiado pessoas para irem conosco até o Japão, visitarem o trabalho e doarem parte das férias em projetos conosco. Esperamos que isso renda frutos ao reino de Cristo.
Davi e Ruth começaram a frequentar uma escola pública perto de nossa casa (pelo menos o mais perto que conseguimos), enquanto esperam pela transferência para a escola no Japão. Ainda visitaremos algumas igrejas parceiras de nosso projeto.
Partimos no dia 03 de abril. Nesse tempo que ainda nos resta, ore para que sejamos fortalecidos em nossa fé, pois “pelo contrário, Deus escolheu as coisas loucas do mundo para envergonhar os sábios e escolheu as coisas fracas do mundo para envergonhar as fortes” (1 Coríntios 1.27). Quem somos nós para levar o nome tão exaltado de nosso Senhor? Ore para que a escassez de recursos não seja desculpa para a falta de empenho e diligência com aquilo que Deus tem colocado em nossas mãos e, possamos dizer juntamente com Paulo:

Pelo contrário, em tudo recomendando-nos a nós mesmos como ministros de Deus: na muita paciência, nas aflições, nas privações, nas angústias, nos açoites, nas prisões, nos tumultos, nos trabalhos, nas vigílias, nos jejuns, na pureza, no saber, na longanimidade, na bondade, no Espírito Santo, no amor não fingido, na palavra da verdade, no poder de Deus, pelas armas da justiça, quer ofensivas, quer defensivas; por honra e por desonra, por infâmia e por boa fama, como enganadores e sendo verdadeiros; como desconhecidos e, entretanto, bem conhecidos; como se estivéssemos morrendo e, contudo, eis que vivemos; como castigados, porém não mortos; entristecidos, mas sempre alegres; pobres, mas enriquecendo a muitos; nada tendo, mas possuindo tudo. (IICoríntios 6.4-10)

Ore para que sejamos sábios e fieis nas escolhas, nos cominhos traçados. Para que não percamos de vista o alvo de nossa vida: Glorificar a Deus e gozá-lo para sempre! Que nossa missão nunca esteja acima de nosso mestre. Que nosso conforto e desejos pessoais nunca sejam nossos principais motivadores, pois nem sempre nossas necessidades sentidas representam aquilo que realmente necessitamos. Que nunca nos esqueçamos de que o verdadeiro valor está naquele que nos chamou e não em obras de nossas mãos, pois convém que nós diminuamos cada vez mais para que nosso Senhor seja exaltado (João 3.30).

Não acumuleis para vós outros tesouros sobre a terra, onde a traça e a ferrugem corroem e onde ladrões escavam e roubam; mas ajuntai para vós outros tesouros no céu, onde traça nem ferrugem corrói, e onde ladrões não escavam, nem roubam; porque, onde está o teu tesouro, aí estará também o teu coração. São os olhos a lâmpada do corpo. Se os teus olhos forem bons, todo o teu corpo será luminoso; se, porém, os teus olhos forem maus, todo o teu corpo estará em trevas. Portanto, caso a luz que em ti há sejam trevas, que grandes trevas serão! Ninguém pode servir a dois senhores; porque ou há de aborrecer-se de um e amar ao outro, ou se devotará a um e desprezará ao outro. Não podeis servir a Deus e às riquezas. Por isso, vos digo: não andeis ansiosos pela vossa vida, quanto ao que haveis de comer ou beber; nem pelo vosso corpo, quanto ao que haveis de vestir. Não é a vida mais do que o alimento, e o corpo, mais do que as vestes? Observai as aves do céu: não semeiam, não colhem, nem ajuntam em celeiros; contudo, vosso Pai celeste as sustenta. Porventura, não valeis vós muito mais do que as aves? Qual de vós, por ansioso que esteja, pode acrescentar um côvado ao curso da sua vida? E por que andais ansiosos quanto ao vestuário? Considerai como crescem os lírios do campo: eles não trabalham, nem fiam. Eu, contudo, vos afirmo que nem Salomão, em toda a sua glória, se vestiu como qualquer deles. Ora, se Deus veste assim a erva do campo, que hoje existe e amanhã é lançada no forno, quanto mais a vós outros, homens de pequena fé? Portanto, não vos inquieteis, dizendo: Que comeremos? Que beberemos? Ou: Com que nos vestiremos? Porque os gentios é que procuram todas estas coisas; pois vosso Pai celeste sabe que necessitais de todas elas; buscai, pois, em primeiro lugar, o seu reino e a sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas. (Mateus 6.19-33)

Queremos servir com integridade, no Brasil, no Japão ou em qualquer outro lugar onde Deus nos levar. Queremos que nosso nome seja diminuído e o de Deus seja sempre levantado e glorificado. Para isso nos dispomos.

Vamos juntos?

terça-feira, 26 de janeiro de 2016

Viagem ao Brasil


Chegamos ao Brasil nos últimos dias de novembro. Como estávamos com saudades! Foi maravilhoso reencontrarmos nossos queridos, rever nossa casa, o sítio e descansar um pouco da correria dos últimos tempos.
Chegamos numa sexta-feira, no domingo fomos à nossa igreja aqui no Brasil, a IPP, e na segunda Daniel embarcou para uma temporada de 18 dias de curso intensivo em Minas Gerais. Aulas de segunda a sábado desde manhã até de noite.
Para mim e para as crianças esse foi um tempo de descanso, enquanto aguardávamos que ele retornasse. Pusemos nossa casa em ordem, restauramos alguns móveis, aproveitamos os dias quentes do verão.
Visitamos a amada igreja de Sapopemba ainda em dezembro. Daniel pregou e depois saboreamos uma deliciosa pizza. Irmãos sempre generosos e muito amáveis. O carinho recebido ali foi de quem não ficou nem um dia longe.
Recebemos visitas de pessoas queridas, e o natal foi cheio de pessoas e alegria. Que diferença do natal no Japão! No ano passado trabalhei no dia 25 de dezembro. As fábricas funcionam como se nada estivesse acontecendo, totalmente alheias à maior festa cristã. Lá o feriado começa lá pelo dia 28 de dezembro e apenas a passagem de ano é comemorada.
Em janeiro fomos visitar a parte da família que está em Goiás e Brasília. Visitamos igrejas que queriam conhecer o trabalho no Japão. Daniel pregou em São Paulo, Goiânia, Pontalina. Voltamos a São Paulo com uma virose de lembrança e eu me recupero de uma lombalgia que me deixou alguns dias de cama. Próximo domingo será a vez de Daniel pregar em Carapicuíba, e depois iremos até Campinas.
Dois meses se passaram. A saudade de nossa igreja no Japão está apertando demais. Deixamos nossa casa aberta para que os cultos e reuniões continuassem acontecendo. A expectativa é voltar no comecinho de abril. Os irmãos de lá nos mantem por dentro de tudo que acontece, nos abastecendo de fotos e comentários sobre os cultos e as reuniões. Nós nem sempre conseguimos fazer o mesmo por causa da internet precária.
Estamos impactados com a situação que encontramos no Brasil e com a expectativa de um ano de séria crise econômica. Uma das razões de virmos aqui foi justamente levantar sustento para o trabalho no Japão. Temos compartilhado sobre o alto custo de vida lá e a necessidade pela qual a missão passa. Estamos agora com 30% dos recursos necessários, precisamos alugar um local de reuniões e promover diversos projetos que ainda estão no papel e que visam alavancar a igreja local.
Mas Deus sabe de todas as coisas. Somos gratos àqueles que se dispuseram a abrir a igreja, o coração e o bolso, acreditando que Deus tem muitas coisas a realizar no Japão através de nós e de nossos irmãos. Temos mantenedores fieis, que no pouco mostram muita fidelidade.

Enquanto ainda estamos aqui, se você quiser saber mais sobre o trabalho no Japão e deseja participar conosco, entre em contato pelo e-mail marciagomes34@gmail.com. Ficaremos felizes em compartilhar com você as bênçãos que recebemos até aqui.

segunda-feira, 16 de novembro de 2015

Carta às igrejas




Amados irmãos,

Graça e paz!

O Japão é composto de mais de 3000 ilhas. A densidade em algumas partes é de mais de 2.000 pessoas por quilômetro quadrado. A "roupa" (que mais parece uma enorme fralda) usada por lutadores de sumô é chamada de mawashi. Há mais de 1,2 milhões de famílias de mães solteiras. O Japão está em uma das áreas de mais terremotos do mundo. Existem mais de 100 vulcões ativos. Menos de 13% da terra é adequada para a agricultura. Mais de 80% dos japoneses afirmam não ter religião pessoal, embora a maioria participe de diversos rituais religiosos. Os missionários do Japão enfrentam muitos desafios, incluindo custo de vida, linguagem e complexidades da sociedade e da cultura.

Sou Daniel Charles Gomes, pastor presbiteriano ordenado há mais de quinze anos. Sou filho de missionários, Rev. Dr. Wadislau M. Gomes e Elizabeth Gomes, casado com a Márcia, pai do Davi Charles e da Ruth Eloisa. Estudei no Trinity Theological Seminary, em Indianna, EUA, onde completei o bacharelado em Teologia e o mestrado em Antigo Testamento. Além da experiência transcultural já adquirida na infância, e a fluência em algumas línguas, incluindo o Inglês, também tenho experiência com plantação de igrejas no Brasil e no exterior. Márcia cursou três anos do bacharelado em Teologia no Seminário Presbiteriano Brasil Central e se formou em Agronegócios pela Fatec de Mogi das Cruzes. Ela atua como professora de Educação Infantil e faz revisão de textos e livros para diversas editoras brasileiras. Fui enviado pela APMT em julho de 2014 ao Japão para dar continuidade ao trabalho de evangelização e implantação da Igreja Presbiteriana do Brasil Cristo é Vida. Davi tem quinze anos e estuda o primeiro ano do ensino médio. Ele ama música. Toca trompa e agora está engajado no aprendizado do violão. Ruth tem onze anos, cursa a sexta série do ensino fundamental. Também gosta da música, toca trompete. Ano que vem pretende se aventurar na escola japonesa.

Temos aqui a necessidade da propagação do Evangelho e a nossa disposição de servir ao Senhor e, para os próximos anos, fomos presenteados com o desafio de permanecer nesse campo missionário. Contudo, não podemos fazer esse trabalho sozinhos. Sabemos que muitas igrejas fazem parte dessa obra, contribuindo financeiramente e sustentando em orações. Gostaríamos de convida-los a continuar engajados na propagação do reino de Deus aqui na terra do Sol Nascente. Caso haja um responsável por missões, gostaríamos de ter esse contato para que mandemos informações mais específicas e mantenhamos uma comunicação mais rápida. Isso nos alegraria imensamente.

Nos meses de dezembro a março estaremos no Brasil para a complementação dos requisitos da APMT e divulgação do trabalho, visando estabelecer parcerias na obra missionária. Queremos que a igreja nos conheça mais de perto e também tome conhecimento do que temos feito no campo missionário. Com esse objetivo, abrimos nossa agenda a partir da primeira semana de janeiro para pregações, palestras, aulas, acampamentos ou qualquer encontro, com a finalidade de aprimorar a visão missionária.

Aguardamos ansiosamente por uma oportunidade de falarmos pessoalmente e continuarmos juntos na obra que o senhor colocar em nosso coração. Aproveito para ressaltar que as pregações feitas em nossa igreja estão disponíveis no facebook: Igreja Presbiteriana Cristo é Vida. Também mantemos informações do nosso trabalho no blog Família Gomes Japão e Ataduras e unguento.

No Senhor da Seara

Daniel, Márcia, Davi e Ruth.

sábado, 12 de setembro de 2015

A Tempestade Perfeita



Quero agradecer imensamente a todos os irmãos e amigos que oraram por nós enquanto esperávamos a chegada do Tufão 18 em nossa região. Muitos deixaram mensagens de apoio, dobraram os joelhos, se preocuparam, nos assegurando de que o que quer que acontecesse, não estaríamos sozinhos nem desamparados. Graças a Deus a passagem por aqui foi calma, trazendo apenas uma quantidade grande de chuvas. Estamos bem! As aulas foram canceladas apenas por precaução. 

Infelizmente, esse não é o caso de outras regiões do Japão. O noticiário tem mostrado o caus em diversas cidades, onde milhares de pessoas estão desabrigadas e muitos perderam a vida. Continuemos a orar pelas famílias que ainda estão em risco, sem lar, necessitando tanto de ajuda para suprir até mesmo as mais simples necessidades. Oremos também para que Deus nos dê meios de mostrarmos o seu amor àqueles que estão vivendo momentos nebulosos, onde Deus parece alheio aos acontecimentos. 

Quando um desastre acontece, sempre temos alguém para culpar. No caso das catástrofes naturais, chegamos até a dizer que Deus não tem poder sobre as forças da terra; nas enchentes do Brasil, o prefeito foi culpado ou o secretário de saneamento ou o governador ou a “presidenta”. Mas, quer saber de uma coisa, foram tempestades! E quando as tempestades desta magnitude se formam de surpresa, não há poder terreno que consiga prevenir ou nem mesmo remediar a contento de todas as pessoas. A fúria do temporal e a devastação que ele trouxe deixaram marcas profundas nas pessoas, nos familiares daqueles que morreram e no patrimônio perdido e levado por água abaixo, ou abaixo d'água.

Jesus também teve tempestades em sua vida. Ele e seus discípulos estavam num lago conhecido como Mar da Galileia. Um lugar rodeado de montanhas, e ao norte, o monte Hermom, o qual tem neve no topo. Muitas vezes, quando um vendo congelado deste monte se encontra com o ar quente e úmido da região da Galileia, um furor de energia tempestuosa acontece e as tempestades começam a cobrar as vidas e as coisas que se encontram por lá. Naquela tarde, enquanto pescavam, uma dessas tempestades veio repentinamente e acometeu o barco em que estavam. Seria interessante fazer os jogos de culpa naquela situação. Quem foi o culpado, o pescador que deu a ideia de irem pescar? Quem construiu o barquinho? Quem inventou o peixe e o trabalho a fim de que tivessem de se arriscar tanto? Nas nossas tempestades, não percebemos, mas queremos culpar tudo e todos, e, em última instância, colocamos a culpa em Deus. Adão fez isso, (... Foi a mulher QUE TU ME DESTES- Gênesis 3.12) e os discípulos de Jesus o culpavam por dormir durante o temporal.

Jesus se levantou e ordenou que as ondas cessassem. Mandou que o vento parasse e que os discípulos confiassem nele. Ele que, por meio da sua palavra, criou os céus, as montanhas, a neve da montanha, o vento frio que de lá desce, e o vento quente que vem ao seu encontro. Os problemas e temporais pelos quais passamos, e a solução para a própria alma, o seu Santo Espírito.

Temos algumas lições a aprender. A primeira é que as tempestades virão. O apóstolo Pedro nos lembra dizendo: “Amados, não estranheis o fogo ardente que surge no meio de vós, destinado a provar-vos, como se alguma coisa extraordinária vos estivesse acontecendo” (1Pedro 4.12). Muitas pessoas discordam disso. Dizem que a vida com Cristo é uma sem problemas, mas Cristo nos garantiu aflições. Os discípulos estavam em choque quando se viram naquela tempestade. E chegaram até a questionar se Deus não protegeria o Messias. E quanto aos seus seguidores? Como algo assim poderia acontecer?

A Segunda lição é que Jesus acalma a tempestade. O grande problema para os discípulos, e também para nós, é que Jesus dormia durante o temporal. Ele descansava de ministrar às multidões, e se encontrava em paz, seguro de quem ele era e de quem ele sempre será. Mas, como nós, os discípulos interpretavam aquilo como uma falta de atenção ou descaso. Interessante que este é o único lugar na Bíblia onde encontramos uma citação de Jesus dormindo. Muitas vezes, lemos a respeito de Jesus acordado a noite toda em oração, e nos maravilhamos com o fato de que ele conseguisse ânimo para isso. Obviamente Jesus tinha de dormir mas, ironicamente, o momento que ele escolheu para registrar isso nos ensina sobre sua confiança e autoridade.


Então temos a terceira lição: Jesus controla a tempestade. Jesus exerceu seu poder por sobre a natureza e as tempestades da vida, assim como faz hoje; na hora perfeita, na tempestade perfeita. Deus nunca se apressa, e a razão disso, primeiramente, é que tempo e espaço residem nele. Segundo, como criador e controlador de tudo e de todos, Deus sabe o que fazer, quando fazer e como fazer. Ele não se prende ao nosso tempo. Mas em seu tempo, Jesus se levantou e ordenou o cessar das tribulações. Ele conhece e entende você e sua situação. Ele cuida de você. Porque Cristo, quando nós ainda éramos fracos, morreu a seu tempo pelos ímpios. (Rm 5.6). Porque os olhos do Senhor repousam sobre os justos, e os seus ouvidos estão abertos às suas súplicas... (1Pedro 3.12 a). Boa ideia seria descansar como Jesus, nos braços de Deus. 
Daniel e Márcia

sexta-feira, 28 de agosto de 2015

Pondo o lixo no lugar certo



Temos visto aqui no Japão algumas notícias sobre o Brasil. Às vezes a saudade aperta e ouvir o que anda acontecendo em nosso país nos alivia um pouco! Em meio às informações sobre chacinas, impostos velhos com nomes novos, muita chuva em alguns lugares e falta de água em outros, um fato corriqueiro e até mesmo comum aos brasileiros me chamou a atenção: Certa prefeitura deixou de pagar a empresa responsável pela coleta de lixo. A mesma parou de prestar o serviço e o resultado foi uma cidade inteira coberta de sujeira.
Nossa realidade no Japão quanto ao lixo é bem diferente. Quando chegamos aqui, ao registrarmos nossos nomes na prefeitura como moradores da cidade de Higashiura, recebi um kit composto de instrução sobre como coletar, limpar e reciclar o lixo, calendário com os dias de coleta, saco apropriado (cada cidade tem uma cor apropriada), perfurador de latas e um mapa com os centros de coleta mais próximos ao meu endereço.
No começo fiquei até zonza! Cada coisa tem seu lugar e cada morador é responsável pelo lixo que produz. Então, aprendi a lavar as latas e vidros e guarda-las (a coleta desses materiais acontece de 15 em 15 dias. Se não for lavado o cheiro e a sujeira no apartamento ficam insuportáveis), lavar e cortar as embalagens de papel, caixas de leite, suco, molhos etc e a separar as embalagens plásticas e de papel queimáveis e as não queimáveis. Toda segunda e sexta deveria depositar na lixeira do prédio o lixo de papel e restos de alimento. Quarta sim, quarta não os plásticos. Quinta sim quinta não os vidros, as latas e as garrafas PET. Cada vidro de cor diferente em uma caixa separada. As latas de aerossol precisam ser perfuradas. As garrafas PET sem os rótulos e as tampas, que devem ser jogadas em lixo separado. No começo é difícil se acostuma à rotina, mas depois fica tão natural, faz tanto sentido e facilita tanto não ter toda a sujeira por perto que não conseguimos mais fazer de outro jeito.
Nas ruas não temos latas de lixo espalhadas. Cada pessoa leva seu lixo de volta para casa. Ou deixa nas lojas de conveniência espalhadas pela cidade, as quais possuem lugar apropriado para isso. Nos grandes centros, os fumantes não podem fumar na rua, tem cabines próprias, logo, não se vê restos de cigarro pelas ruas. Poucas vezes vi caminhões de coleta de lixo pelos bairros.
No noticiário, os moradores reclamavam da falta cometida pela prefeitura e eles tem razão em fazer isso. O sistema no Brasil é diferente, os impostos são cobrados para que serviços como esse sejam prestados à população. Porém, penso que cada um poderia fazer sua parte para minimizar a situação. As pilhas de sacolas de mercado não precisavam estar espalhadas pelas ruas de cada pessoa fosse mais consciente quanto ao seu papel da redução, reutilização e reciclagem daquilo que usa.
Em bairros mais nobres a seleção e reciclagem de lixo já começou há algum tempo. Pena que isso ainda não tenha tido a adesão da maioria das comunidades brasileiras. Entendo que não é barato nem fácil mudar todo o sistema de saneamento para a redução e reciclagem do lixo, mas aquela prefeitura paga milhões por mês (por mês!) para que a empresa faça a coleta! Em quanto tempo o dinheiro investido na coleta responsável do lixo seria restituído à cidade? E, mesmo que demorasse, o que dizer do bem-estar da população e do planeta como um todo se um sistema menos agressivo ao meio ambiente fosse implantado?
Eu sei! Assim como acontece com as sujeiras do coração, é mais fácil maquiar a situação e achar soluções paliativas aos problemas que existem. É mais fácil resolver a situação imediata do que achar uma solução real.
Por aqui já chegamos a uma consciência quanto ao trato do lixo, mas o povo japonês ainda luta contra alcançar e tratar dos problemas da alma. Já aprenderam que é melhor ter o trabalho para que a limpeza seja verdadeira, mas ainda preferem as máscaras que encobrem a dor da desesperança e da falta de Deus.
Muitos deuses são adorados por aqui, numa tentativa de trazer respostas imediatas ou suprir a necessidade do cumprimento de rituais que deem um falso sentimento de dever cumprido, mas que, assim como muitas empresas que coletam o lixo de um lugar apenas para deposita-lo em um local menos inconveniente no momento, apenas disfarçam o vazio e a dor maior do coração.

Oremos para que os olhos dos japoneses sejam abertos, para que vejam e busquem aquele único que pode trazer alívio real e completo, aquele que é o pão e a água da vida porque “a palavra de Deus é viva, e eficaz, e mais cortante do que qualquer espada de dois gumes, e penetra até ao ponto de dividir alma e espírito, juntas e medulas, e é apta para discernir os pensamentos e propósitos do coração” e “aquele, porém, que beber da água que eu lhe der nunca mais terá sede; pelo contrário, a água que eu lhe der será nele uma fonte a jorrar para a vida eterna”.