quarta-feira, 23 de março de 2016
quinta-feira, 17 de março de 2016
Quem somos ...
Veja o vÍdeo sobre a igreja Presbitetiana Cristo é Vida Japão no link abaixo:
Você pode participar conosco!
Informações pelo e-mail
Marciagomes34@gmail.com
domingo, 21 de fevereiro de 2016
Quase de volta...
Ora, o nosso mesmo Deus
e Pai, e Jesus, nosso Senhor, dirijam-nos o caminho até vós, e o Senhor vos
faça crescer e aumentar no amor uns para com os outros e para com todos, como
também nós para convosco, a fim de que seja o vosso coração confirmado em
santidade, isento de culpa, na presença de nosso Deus e Pai, na vinda de nosso
Senhor Jesus, com todos os seus santos. (ITessalonicenses 3.11-13)
Pela graça de
Cristo, completaremos nessa semana três meses no Brasil. Falta apenas um mês
até nossa volta ao campo no Japão. Estamos com muitas saudades e ansiosos para
pormos em prática aquilo que esboçamos no papel, em nosso projeto. Estivemos
com boa parte de nossa família, ainda esperamos encontrar parte que está
espalhada por diversos cantos do estado e rever os que estão mais longe. Agora
que o retorno se aproxima, e percebemos o quanto ainda falta de preparo de documentos
e arranjos necessários para a nossa partida, vemos o quão pouco poderemos fazer
de tudo que ainda queríamos realizar em nosso período aqui.
Daniel
continua a maratona de visitas e contatos com igrejas. Precisamos levantar
apoio financeiro para continuarmos o trabalho no Japão. Estamos profundamente
impactados pelo fato do Brasil se encontrar em tamanha crise
político-financeira. Temos orado para que Deus mostre o caminho àqueles que tem
a autoridade e os meios para que toda a corrupção seja exposta e parada. Visitamos
alguns estados do Brasil, vimos muito do que Deus tem feito e nos alegramos com
a garra de pessoas que, em meio a esse mar de desesperança em que se encontra
nosso país, não se renderam ao desespero, antes, buscam formas de superar e aguentar até que tudo passe. É claro que
a crise brasileira nos afeta grandemente, mas maior é aquele que é dono de
todas as coisas e faz tudo conforme a sua soberana vontade e para o nosso bem.
Estamos
alegres porque Deus tem nos direcionado no caminho que devemos seguir, nossa
igreja nos espera com alegria e ansiosa para caminharmos juntos. Até teremos
outro cordeirinho em nosso meio em breve! Para nossa imensa gratidão, Deus
levantou homens forte na fé e valorosos de espírito, que estão cuidando do
rebanho enquanto o pastor está fora. Recebemos doação de bons livros do editor
da editora Monergismo para levarmos ao Japão. Que alimento será para nossa
igreja! Também tenho recebido mensagens de irmãs que tem levado a igreja no
Japão para seus grupos de oração semanal. Que conforto! Ganhamos presentes,
ofertas, abraços, mensagens, coisas que aquecem nosso coração.
Temos
desafiado pessoas para irem conosco até o Japão, visitarem o trabalho e doarem
parte das férias em projetos conosco. Esperamos que isso renda frutos ao reino
de Cristo.
Davi e Ruth
começaram a frequentar uma escola pública perto de nossa casa (pelo menos o
mais perto que conseguimos), enquanto esperam pela transferência para a escola
no Japão. Ainda visitaremos algumas igrejas parceiras de nosso projeto.
Partimos no
dia 03 de abril. Nesse tempo que ainda nos resta, ore para que sejamos
fortalecidos em nossa fé, pois “pelo contrário, Deus escolheu as coisas loucas
do mundo para envergonhar os sábios e escolheu as coisas fracas do mundo para
envergonhar as fortes” (1 Coríntios 1.27). Quem somos nós para levar o nome tão
exaltado de nosso Senhor? Ore para que a escassez de recursos não seja desculpa
para a falta de empenho e diligência com aquilo que Deus tem colocado em nossas
mãos e, possamos dizer juntamente com Paulo:
Pelo contrário, em tudo
recomendando-nos a nós mesmos como ministros de Deus: na muita paciência, nas
aflições, nas privações, nas angústias, nos açoites, nas prisões, nos tumultos,
nos trabalhos, nas vigílias, nos jejuns, na pureza, no saber, na longanimidade,
na bondade, no Espírito Santo, no amor não fingido, na palavra da verdade, no
poder de Deus, pelas armas da justiça, quer ofensivas, quer defensivas; por
honra e por desonra, por infâmia e por boa fama, como enganadores e sendo
verdadeiros; como desconhecidos e, entretanto, bem conhecidos; como se
estivéssemos morrendo e, contudo, eis que vivemos; como castigados, porém não mortos;
entristecidos, mas sempre alegres; pobres, mas enriquecendo a muitos; nada
tendo, mas possuindo tudo. (IICoríntios 6.4-10)
Ore para que
sejamos sábios e fieis nas escolhas, nos cominhos traçados. Para que não
percamos de vista o alvo de nossa vida: Glorificar a Deus e gozá-lo para
sempre! Que nossa missão nunca esteja acima de nosso mestre. Que nosso conforto
e desejos pessoais nunca sejam nossos principais motivadores, pois nem sempre
nossas necessidades sentidas representam aquilo que realmente necessitamos. Que
nunca nos esqueçamos de que o verdadeiro valor está naquele que nos chamou e
não em obras de nossas mãos, pois convém que nós diminuamos cada vez mais para que
nosso Senhor seja exaltado (João 3.30).
Não acumuleis para vós
outros tesouros sobre a terra, onde a traça e a ferrugem corroem e onde ladrões
escavam e roubam; mas ajuntai para vós outros tesouros no céu, onde traça nem
ferrugem corrói, e onde ladrões não escavam, nem roubam; porque, onde está o
teu tesouro, aí estará também o teu coração. São os olhos a lâmpada do corpo.
Se os teus olhos forem bons, todo o teu corpo será luminoso; se, porém, os teus
olhos forem maus, todo o teu corpo estará em trevas. Portanto, caso a luz que
em ti há sejam trevas, que grandes trevas serão! Ninguém pode servir a dois
senhores; porque ou há de aborrecer-se de um e amar ao outro, ou se devotará a
um e desprezará ao outro. Não podeis servir a Deus e às riquezas. Por isso, vos
digo: não andeis ansiosos pela vossa vida, quanto ao que haveis de comer ou
beber; nem pelo vosso corpo, quanto ao que haveis de vestir. Não é a vida mais
do que o alimento, e o corpo, mais do que as vestes? Observai as aves do céu:
não semeiam, não colhem, nem ajuntam em celeiros; contudo, vosso Pai celeste as
sustenta. Porventura, não valeis vós muito mais do que as aves? Qual de vós,
por ansioso que esteja, pode acrescentar um côvado ao curso da sua vida? E por
que andais ansiosos quanto ao vestuário? Considerai como crescem os lírios do
campo: eles não trabalham, nem fiam. Eu, contudo, vos afirmo que nem Salomão,
em toda a sua glória, se vestiu como qualquer deles. Ora, se Deus veste assim a
erva do campo, que hoje existe e amanhã é lançada no forno, quanto mais a vós
outros, homens de pequena fé? Portanto, não vos inquieteis, dizendo: Que
comeremos? Que beberemos? Ou: Com que nos vestiremos? Porque os gentios é que
procuram todas estas coisas; pois vosso Pai celeste sabe que necessitais de
todas elas; buscai, pois, em primeiro lugar, o seu reino e a sua justiça, e
todas estas coisas vos serão acrescentadas. (Mateus 6.19-33)
Queremos
servir com integridade, no Brasil, no Japão ou em qualquer outro lugar onde
Deus nos levar. Queremos que nosso nome seja diminuído e o de Deus seja sempre
levantado e glorificado. Para isso nos dispomos.
Vamos
juntos?
terça-feira, 26 de janeiro de 2016
Viagem ao Brasil
Chegamos ao Brasil nos últimos dias de novembro. Como estávamos
com saudades! Foi maravilhoso reencontrarmos nossos queridos, rever nossa casa,
o sítio e descansar um pouco da correria dos últimos tempos.
Chegamos numa sexta-feira, no domingo fomos à nossa igreja
aqui no Brasil, a IPP, e na segunda Daniel embarcou para uma temporada de 18
dias de curso intensivo em Minas Gerais. Aulas de segunda a sábado desde manhã
até de noite.
Para mim e para as crianças esse foi um tempo de descanso,
enquanto aguardávamos que ele retornasse. Pusemos nossa casa em ordem,
restauramos alguns móveis, aproveitamos os dias quentes do verão.
Visitamos a amada igreja de Sapopemba ainda em dezembro. Daniel
pregou e depois saboreamos uma deliciosa pizza. Irmãos sempre generosos e muito
amáveis. O carinho recebido ali foi de quem não ficou nem um dia longe.
Recebemos visitas de pessoas queridas, e o natal foi cheio
de pessoas e alegria. Que diferença do natal no Japão! No ano passado trabalhei
no dia 25 de dezembro. As fábricas funcionam como se nada estivesse
acontecendo, totalmente alheias à maior festa cristã. Lá o feriado começa lá
pelo dia 28 de dezembro e apenas a passagem de ano é comemorada.
Em janeiro fomos visitar a parte da família que está em
Goiás e Brasília. Visitamos igrejas que queriam conhecer o trabalho no Japão.
Daniel pregou em São Paulo, Goiânia, Pontalina. Voltamos a São Paulo com uma
virose de lembrança e eu me recupero de uma lombalgia que me deixou alguns dias
de cama. Próximo domingo será a vez de Daniel pregar em Carapicuíba, e depois
iremos até Campinas.
Dois meses se passaram. A saudade de nossa igreja no Japão
está apertando demais. Deixamos nossa casa aberta para que os cultos e reuniões
continuassem acontecendo. A expectativa é voltar no comecinho de abril. Os irmãos
de lá nos mantem por dentro de tudo que acontece, nos abastecendo de fotos e
comentários sobre os cultos e as reuniões. Nós nem sempre conseguimos fazer o
mesmo por causa da internet precária.
Estamos impactados com a situação que encontramos no Brasil
e com a expectativa de um ano de séria crise econômica. Uma das razões de virmos
aqui foi justamente levantar sustento para o trabalho no Japão. Temos
compartilhado sobre o alto custo de vida lá e a necessidade pela qual a missão
passa. Estamos agora com 30% dos recursos necessários, precisamos alugar um
local de reuniões e promover diversos projetos que ainda estão no papel e que
visam alavancar a igreja local.
Mas Deus sabe de todas as coisas. Somos gratos àqueles que
se dispuseram a abrir a igreja, o coração e o bolso, acreditando que Deus tem
muitas coisas a realizar no Japão através de nós e de nossos irmãos. Temos
mantenedores fieis, que no pouco mostram muita fidelidade.
Enquanto ainda estamos aqui, se você quiser saber mais sobre
o trabalho no Japão e deseja participar conosco, entre em contato pelo e-mail marciagomes34@gmail.com. Ficaremos
felizes em compartilhar com você as bênçãos que recebemos até aqui.
segunda-feira, 16 de novembro de 2015
Carta às igrejas
Amados irmãos,
Graça e paz!
O Japão é composto de mais de 3000 ilhas. A densidade em algumas partes é de mais de 2.000 pessoas por quilômetro quadrado. A "roupa" (que mais parece uma enorme fralda) usada por lutadores de sumô é chamada de mawashi. Há mais de 1,2 milhões de famílias de mães solteiras. O Japão está em uma das áreas de mais terremotos do mundo. Existem mais de 100 vulcões ativos. Menos de 13% da terra é adequada para a agricultura. Mais de 80% dos japoneses afirmam não ter religião pessoal, embora a maioria participe de diversos rituais religiosos. Os missionários do Japão enfrentam muitos desafios, incluindo custo de vida, linguagem e complexidades da sociedade e da cultura.
Sou Daniel Charles Gomes, pastor presbiteriano ordenado há mais de quinze anos. Sou filho de missionários, Rev. Dr. Wadislau M. Gomes e Elizabeth Gomes, casado com a Márcia, pai do Davi Charles e da Ruth Eloisa. Estudei no Trinity Theological Seminary, em Indianna, EUA, onde completei o bacharelado em Teologia e o mestrado em Antigo Testamento. Além da experiência transcultural já adquirida na infância, e a fluência em algumas línguas, incluindo o Inglês, também tenho experiência com plantação de igrejas no Brasil e no exterior. Márcia cursou três anos do bacharelado em Teologia no Seminário Presbiteriano Brasil Central e se formou em Agronegócios pela Fatec de Mogi das Cruzes. Ela atua como professora de Educação Infantil e faz revisão de textos e livros para diversas editoras brasileiras. Fui enviado pela APMT em julho de 2014 ao Japão para dar continuidade ao trabalho de evangelização e implantação da Igreja Presbiteriana do Brasil Cristo é Vida. Davi tem quinze anos e estuda o primeiro ano do ensino médio. Ele ama música. Toca trompa e agora está engajado no aprendizado do violão. Ruth tem onze anos, cursa a sexta série do ensino fundamental. Também gosta da música, toca trompete. Ano que vem pretende se aventurar na escola japonesa.
Temos aqui a necessidade da propagação do Evangelho e a nossa disposição de servir ao Senhor e, para os próximos anos, fomos presenteados com o desafio de permanecer nesse campo missionário. Contudo, não podemos fazer esse trabalho sozinhos. Sabemos que muitas igrejas fazem parte dessa obra, contribuindo financeiramente e sustentando em orações. Gostaríamos de convida-los a continuar engajados na propagação do reino de Deus aqui na terra do Sol Nascente. Caso haja um responsável por missões, gostaríamos de ter esse contato para que mandemos informações mais específicas e mantenhamos uma comunicação mais rápida. Isso nos alegraria imensamente.
Nos meses de dezembro a março estaremos no Brasil para a complementação dos requisitos da APMT e divulgação do trabalho, visando estabelecer parcerias na obra missionária. Queremos que a igreja nos conheça mais de perto e também tome conhecimento do que temos feito no campo missionário. Com esse objetivo, abrimos nossa agenda a partir da primeira semana de janeiro para pregações, palestras, aulas, acampamentos ou qualquer encontro, com a finalidade de aprimorar a visão missionária.
Aguardamos ansiosamente por uma oportunidade de falarmos pessoalmente e continuarmos juntos na obra que o senhor colocar em nosso coração. Aproveito para ressaltar que as pregações feitas em nossa igreja estão disponíveis no facebook: Igreja Presbiteriana Cristo é Vida. Também mantemos informações do nosso trabalho no blog Família Gomes Japão e Ataduras e unguento.
No Senhor da Seara
Daniel, Márcia, Davi e Ruth.
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Márcia Gomes,
Missão no Japão
Local:
Japão
sábado, 12 de setembro de 2015
A Tempestade Perfeita
Quero agradecer imensamente a todos os irmãos e amigos que oraram por nós enquanto esperávamos a chegada do Tufão 18 em nossa região. Muitos deixaram mensagens de apoio, dobraram os joelhos, se preocuparam, nos assegurando de que o que quer que acontecesse, não estaríamos sozinhos nem desamparados. Graças a Deus a passagem por aqui foi calma, trazendo apenas uma quantidade grande de chuvas. Estamos bem! As aulas foram canceladas apenas por precaução.
Infelizmente, esse não é o caso de outras regiões do Japão. O noticiário tem mostrado o caus em diversas cidades, onde milhares de pessoas estão desabrigadas e muitos perderam a vida. Continuemos a orar pelas famílias que ainda estão em risco, sem lar, necessitando tanto de ajuda para suprir até mesmo as mais simples necessidades. Oremos também para que Deus nos dê meios de mostrarmos o seu amor àqueles que estão vivendo momentos nebulosos, onde Deus parece alheio aos acontecimentos.
Quando
um desastre acontece, sempre temos alguém para culpar. No caso das catástrofes naturais,
chegamos até a dizer que Deus não tem poder sobre as forças da terra; nas enchentes
do Brasil, o prefeito foi culpado ou o secretário de saneamento ou o governador
ou a “presidenta”. Mas, quer saber de uma coisa, foram tempestades! E quando as
tempestades desta magnitude se formam de surpresa, não há poder terreno que
consiga prevenir ou nem mesmo remediar a contento de todas as pessoas. A fúria
do temporal e a devastação que ele trouxe deixaram marcas profundas nas pessoas,
nos familiares daqueles que morreram e no patrimônio perdido e levado por água
abaixo, ou abaixo d'água.
Jesus
também teve tempestades em sua vida. Ele e seus discípulos estavam num lago
conhecido como Mar da Galileia. Um lugar rodeado de montanhas, e ao norte, o
monte Hermom, o qual tem neve no topo. Muitas vezes, quando um vendo congelado
deste monte se encontra com o ar quente e úmido da região da Galileia, um furor
de energia tempestuosa acontece e as tempestades começam a cobrar as vidas e as
coisas que se encontram por lá. Naquela tarde, enquanto pescavam, uma dessas
tempestades veio repentinamente e acometeu o barco em que estavam. Seria
interessante fazer os jogos de culpa naquela situação. Quem foi o culpado, o
pescador que deu a ideia de irem pescar? Quem construiu o barquinho? Quem
inventou o peixe e o trabalho a fim de que tivessem de se arriscar tanto? Nas
nossas tempestades, não percebemos, mas queremos culpar tudo e todos, e, em
última instância, colocamos a culpa em Deus. Adão fez isso, (... Foi a mulher
QUE TU ME DESTES- Gênesis 3.12) e os discípulos de Jesus o culpavam por dormir
durante o temporal.
Jesus
se levantou e ordenou que as ondas cessassem. Mandou que o vento parasse e que
os discípulos confiassem nele. Ele que, por meio da sua palavra, criou os céus,
as montanhas, a neve da montanha, o vento frio que de lá desce, e o vento
quente que vem ao seu encontro. Os problemas e temporais pelos quais passamos,
e a solução para a própria alma, o seu Santo Espírito.
Temos
algumas lições a aprender. A primeira é que as tempestades virão. O apóstolo
Pedro nos lembra dizendo: “Amados, não estranheis o fogo ardente que surge no
meio de vós, destinado a provar-vos, como se alguma coisa extraordinária vos
estivesse acontecendo” (1Pedro 4.12). Muitas pessoas discordam disso. Dizem que
a vida com Cristo é uma sem problemas, mas Cristo nos garantiu aflições. Os
discípulos estavam em choque quando se viram naquela tempestade. E chegaram até
a questionar se Deus não protegeria o Messias. E quanto aos seus seguidores?
Como algo assim poderia acontecer?
A
Segunda lição é que Jesus acalma a tempestade. O grande problema para os
discípulos, e também para nós, é que Jesus dormia durante o temporal. Ele
descansava de ministrar às multidões, e se encontrava em paz, seguro de quem
ele era e de quem ele sempre será. Mas, como nós, os discípulos interpretavam
aquilo como uma falta de atenção ou descaso. Interessante que este é o único
lugar na Bíblia onde encontramos uma citação de Jesus dormindo. Muitas vezes, lemos
a respeito de Jesus acordado a noite toda em oração, e nos maravilhamos com o
fato de que ele conseguisse ânimo para isso. Obviamente Jesus tinha de dormir
mas, ironicamente, o momento que ele escolheu para registrar isso nos ensina
sobre sua confiança e autoridade.
Então
temos a terceira lição: Jesus controla a tempestade. Jesus exerceu seu poder
por sobre a natureza e as tempestades da vida, assim como faz hoje; na hora
perfeita, na tempestade perfeita. Deus nunca se apressa, e a razão disso, primeiramente,
é que tempo e espaço residem nele. Segundo, como criador e controlador de tudo e de todos, Deus sabe o que fazer, quando fazer e como fazer. Ele
não se prende ao nosso tempo. Mas em seu tempo, Jesus se levantou e ordenou o
cessar das tribulações. Ele conhece e entende você e sua situação. Ele cuida de
você. Porque Cristo, quando nós ainda éramos fracos, morreu a seu tempo pelos
ímpios. (Rm 5.6). Porque os olhos do Senhor repousam sobre os justos, e os seus
ouvidos estão abertos às suas súplicas... (1Pedro 3.12 a). Boa ideia seria
descansar como Jesus, nos braços de Deus.
Daniel e Márcia
sexta-feira, 28 de agosto de 2015
Pondo o lixo no lugar certo
Nossa realidade no Japão quanto ao lixo é bem diferente.
Quando chegamos aqui, ao registrarmos nossos nomes na prefeitura como moradores
da cidade de Higashiura, recebi um kit composto de instrução sobre como coletar,
limpar e reciclar o lixo, calendário com os dias de coleta, saco apropriado
(cada cidade tem uma cor apropriada), perfurador de latas e um mapa com os
centros de coleta mais próximos ao meu endereço.
No começo fiquei até zonza! Cada coisa tem seu lugar e cada
morador é responsável pelo lixo que produz. Então, aprendi a lavar as latas e
vidros e guarda-las (a coleta desses materiais acontece de 15 em 15 dias. Se
não for lavado o cheiro e a sujeira no apartamento ficam insuportáveis), lavar
e cortar as embalagens de papel, caixas de leite, suco, molhos etc e a separar
as embalagens plásticas e de papel queimáveis e as não queimáveis. Toda segunda
e sexta deveria depositar na lixeira do prédio o lixo de papel e restos de
alimento. Quarta sim, quarta não os plásticos. Quinta sim quinta não os vidros,
as latas e as garrafas PET. Cada vidro de cor diferente em uma caixa separada.
As latas de aerossol precisam ser perfuradas. As garrafas PET sem os rótulos e
as tampas, que devem ser jogadas em lixo separado. No começo é difícil se
acostuma à rotina, mas depois fica tão natural, faz tanto sentido e facilita
tanto não ter toda a sujeira por perto que não conseguimos mais fazer de outro
jeito.
Nas ruas não temos latas de lixo espalhadas. Cada pessoa
leva seu lixo de volta para casa. Ou deixa nas lojas de conveniência espalhadas
pela cidade, as quais possuem lugar apropriado para isso. Nos grandes centros,
os fumantes não podem fumar na rua, tem cabines próprias, logo, não se vê
restos de cigarro pelas ruas. Poucas vezes vi caminhões de coleta de lixo pelos
bairros.
No noticiário, os moradores reclamavam da falta cometida
pela prefeitura e eles tem razão em fazer isso. O sistema no Brasil é
diferente, os impostos são cobrados para que serviços como esse sejam prestados
à população. Porém, penso que cada um poderia fazer sua parte para minimizar a
situação. As pilhas de sacolas de mercado não precisavam estar espalhadas pelas
ruas de cada pessoa fosse mais consciente quanto ao seu papel da redução,
reutilização e reciclagem daquilo que usa.
Em bairros mais nobres a seleção e reciclagem de lixo já
começou há algum tempo. Pena que isso ainda não tenha tido a adesão da maioria
das comunidades brasileiras. Entendo que não é barato nem fácil mudar todo o
sistema de saneamento para a redução e reciclagem do lixo, mas aquela
prefeitura paga milhões por mês (por mês!) para que a empresa faça a coleta! Em
quanto tempo o dinheiro investido na coleta responsável do lixo seria
restituído à cidade? E, mesmo que demorasse, o que dizer do bem-estar da
população e do planeta como um todo se um sistema menos agressivo ao meio
ambiente fosse implantado?
Eu sei! Assim como acontece com as sujeiras do coração, é
mais fácil maquiar a situação e achar soluções paliativas aos problemas que
existem. É mais fácil resolver a situação imediata do que achar uma solução
real.
Por aqui já chegamos a uma consciência quanto ao trato do lixo,
mas o povo japonês ainda luta contra alcançar e tratar dos problemas da alma.
Já aprenderam que é melhor ter o trabalho para que a limpeza seja verdadeira,
mas ainda preferem as máscaras que encobrem a dor da desesperança e da falta de
Deus.
Muitos deuses são adorados por aqui, numa tentativa de
trazer respostas imediatas ou suprir a necessidade do cumprimento de rituais
que deem um falso sentimento de dever cumprido, mas que, assim como muitas
empresas que coletam o lixo de um lugar apenas para deposita-lo em um local
menos inconveniente no momento, apenas disfarçam o vazio e a dor maior do
coração.
Oremos para que os olhos dos japoneses sejam abertos, para
que vejam e busquem aquele único que pode trazer alívio real e completo, aquele
que é o pão e a água da vida porque “a palavra de Deus é viva, e eficaz, e mais
cortante do que qualquer espada de dois gumes, e penetra até ao ponto de
dividir alma e espírito, juntas e medulas, e é apta para discernir os
pensamentos e propósitos do coração” e “aquele, porém, que beber da água que eu
lhe der nunca mais terá sede; pelo contrário, a água que eu lhe der será nele
uma fonte a jorrar para a vida eterna”.
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